O apego às posses materiais
Raphael Rios
O Amado Mestre Jesus nos disse em seu Evangelho Redentor: “Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de ter aborrecimentos com um e odiar o outro ou há de entregar-se a um e não fazer caso do outro. Vós não podeis servir a Deus e a Mamon. Mais fácil é passar um camelo (cabo) pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.
E o Livro dos Espíritos nos esclarece: “Uma propriedade só é adquirida legitimamente quando a sua aquisição não causa dano a ninguém. Os homens não são igualmente ricos porque não são igualmente inteligentes, ativos, laboriosos para adquirir, nem sábios e previdentes para conservar bens honestamente amealhados”.
A riqueza é uma prova dificílima de ser vencida porque expõe a criatura a tentações e prazeres que acirram o egoísmo, exaltam o orgulho e a vaidade e opõe sérios obstáculos ao progresso espiritual das almas. Poucos são os que não sucumbem ao seu fascínio e compreendem a responsabilidade que a riqueza (assim como o poder e o mando) traz na extensão dos serviços de assistência, trabalho e caridade aos menos afortunados. A máxima: “Fora da caridade não há salvação” é submetida a acerbas pressões em relação aos que detém a carga da fortuna. Por isso, cada um a possui a seu turno, nas sucessivas encarnações, como oportunidade de aprendizado para aquisição de novos valores espirituais.
O apego aos bens materiais a eles imantará o nosso coração, os nossos sentimentos, materializando a nossa vida e contrariando o objetivo primordial da nossa encarnação que é a aquisição dos bens espirituais para que com eles esteja o nosso coração. O mais rico é aquele que menos necessidades tem.
Quanto mais nos apegamos aos bens espirituais imperecíveis e essenciais, tanto mais dispensáveis serão os atrativos dos bens materiais transitórios, bastando-nos para honrar
a nossa caminhada evolutiva apenas e nada mais que os meios estritamente necessários. O desiderato supremo é a espiritualização e a dispensa progressiva da roda disciplinadora das encarnações para gozarmos da paz e da felicidade.
Os assuntos de dinheiro nos assaltam hoje mais do que nunca, afastando-nos dos verdadeiros objetivos da vida. Resistamos a todo o custo ao domínio e escravidão do ouro e sejamos os senhores e dominadores dos apelos materiais, fazendo-nos trabalhar em favor de nosso burilamento espiritual a serviço da fraternidade.
E Jesus conclui com suas palavras lapidares: “Buscai o Reino de Deus e sua Justiça e todas as outras coisas vos serão dadas de acréscimo. Buscai o Reino do Amor e, assim, a Lei da Justiça, presente pela prática do Amor, será vossa generosa e perpétua provedora”.