A simplicidade e a beleza da natureza manifestando-se através de um novo estilo musical
da redação
Feche os olhos e imagine-se em meio a uma paisagem natural, com muitas árvores, flores, um céu límpido com muitos pássaros, uma cachoeira de água cristalina… muita paz e harmonia. Agora, pegue aquela fita com músicas de rock ou samba, coloque em seu aparelho de som e tente manter aquele belo quadro da natureza em seu pensamento… Impossível?
Então, experimente ouvir um dos tantos álbuns de música New Age existentes no mercado e faça o mesmo exercício. Notou a diferença?
Para que melhor compreendêssemos a influência desse estilo musical em nosso dia-a-dia, contatamos um dos grandes instrumentistas da “World Music” brasileira, Aurio Corrá, dono da gravadora Alquimusic do Brasil. Fomos recebidos pela coordenadora geral da empresa que nos forneceu amplo material para que pudéssemos melhor desenvolver este belo tema.
O termo “New Age” foi popularizado nos Estados Unidos, nos anos 80, para descrever uma nova era onde as pessoas estarão mais espiritualizadas e voltadas para as belezas e os encantos da natureza.
Na música, o termo refere-se a um estilo musical meditativo com raízes na música oriental, no jazz e na música clássica, frequentemente ligadas a evocações de um ambiente natural. Enfim, a música “New Age” ou “World Music” tem como principal característica levar o ouvinte à meditação e ao relaxamento.
Este estilo musical inclui músicas de consonância harmônica e melodias contemplativas, utilizando-se instrumentos eletrônicos, acústicos ou mesmo sons da natureza.
Aurio Corrá, conheceu esse novo estilo de música quando estava na Califórnia, EUA, estudando Jazz e teclado. Um dia lhe disseram que haveria um concerto de alguns músicos diferentes e resolveu ir ver. Quando chegou, ficou boquiaberto, porque o tipo de música que ouviu nunca ouvira em lugar nenhum. Ficou apaixonado e quis saber o que era aquela música. Comprou discos, fitas, juntou uma série de material sobre o tema e, hoje, tem mais de cinco mil títulos entre CDs e fitas K7.
Dedicou-se, então, à música New Age e percebeu que ela possuía uma ligação muito grande com a energia do corpo, além de trazer uma maior conscientização para o ser humano. Um trabalho que proporcionava a fusão dos povos, independentemente de religião, filosofia ou crença.
Aurio Corrá acha difícil definir a música New Age. Segundo ele, “ela é tudo”: tem um pouco do Jazz, do Clássico, do Rock, do Folk, do Tradicional, mas tem muito mais da experiência espiritual de quem a faz.
A música New Age é desprovida de virtuosismo; os músicos que a praticam nem sempre têm harmonias complexas, utilizando-se, em geral, de harmonias muito simples nas quais outras músicas não mexem. Segundo Aurio Corrá, “quando o instrumentista passa a trabalhar muito mais com o coração, com a música interior, talvez o resultado possa ser chamado de New Age, uma música cooperativa, não voltada para o estrelismo do artista. O músico New Age pensa no benefício de quem vai ouvir. Ele se preocupa em como atingir o interior do ser humano. Aquele músico que é realmente New Age vai tocá-lo profundamente. Você vai perceber que aquela música o faz entrar num estado de consciência diferente. Você pode estar estressado, esgotado, mas após uma audição New Age verdadeira, vai ter a sensação de leveza, o cansaço mental vai sumir e você vai estar novamente centralizado, equilibrado.”
Você também pode conhecer mais sobre esse novo movimento musical no Programa Alquimia, às 2.as, 4.as e 6.as feiras às 23h na Rádio USP – FM 93,7 MHz e no Programa New Age in Scalla, às 3.as e 5.as feiras às 22h na Rádio Scalla FM 95,7 MHz.
“Quando o homem percebe, pelas vias do coração, que ele é a natureza e não apenas uma parte dela, o interminável jogo de palavras inúteis cessa, as distrações desaparecem e a busca frenética do vir-a-ser transmuta-se na humildade do eterno momento presente. Neste instante de verdadeira crise, o seu ser transforma-se em terra e céu, e essa mutação na alma de um artista, expressa-se em forma de sons ou imagens”. – Aurio Corrá