Sorriso
Pai João
No dia-a-dia do nosso caminhar, vamos nos apercebendo de que as alegrias vêm se tornando, aos poucos, menos comuns, mais raras.
A você, que nos dá o carinho da atenção, peço a humilde permissão para, fraternalmente, indagar-lhe: quantas vezes você tem sorrido ultimamente?
Quantas vezes a alegria sincera do seu coração é exteriorizada através dos seus lábios?
Por isto, medite um pouco conosco sobre o sorriso.
O sorriso é um tesouro de que somos possuidores e nada nos custa ofertá-lo, bastando, apenas, deixá-lo fluir, docemente, através dos nossos lábios.
Todos nós, quer estejamos passando por momentos de fartura ou de penúria, tanto material como espiritual, podemos levar aos olhos e, por consequência, aos corações daqueles que conosco militam neste planeta-escola, momentos de alegria, quando ofertamos, amorosa e fraternalmente, o nosso sorriso.
À medida que sorrimos, descontrai-se o nosso semblante, ao mesmo tempo em que deixamos à vontade o irmão de quem usufruímos a presença, para que ele possa sentir e desfrutar a espontaneidade da nossa doação e doe-se, também, de coração, com amor.
Ao sorrirmos, os nossos olhos adquirem novos contornos, outro brilho e, através deles, evidenciamos às pessoas que conosco compartilham momentos de vida, a doce fraternidade, que se encontra latente nas profundezas da nossa alma.
Ao sorrirmos, nossa mente faz-nos esquecer, por instantes, a desconfiança, a soberba, as mágoas, as tristezas, refluindo, através dos nossos olhos, as ondas benditas da alegria, da amizade, da consideração e do perdão, por vezes, de há muito tempo por nós esquecidas.
Ao sorrirmos, nossos corpos sentem-se incitados a se aproximar de outros corpos e nossos braços, sem nos darmos conta, sentem-se impelidos a estender-se em direção daqueles irmãos de que usufruímos a companhia.
Um abraço, apenas um leve tocar, acompanhados pelo sorriso é o sinal que damos da nossa amizade, do nosso carinho e da nossa simplicidade.
O sorriso faz com que, mesmo quando nos encontramos impossibilitados de com as nossas pernas e braços agir, possamos envolver, num efusivo abraço espiritual, tantos outros irmãos, através da expressão amistosa dos nossos lábios.
O sorriso, quando ofertado com o mais puro sentimento de fraternidade, leva, em seu bojo, a alegria, o estímulo, a compreensão, a amizade, o consentimento, o perdão e tantas outras jóias de que somos possuidores, todas elas envoltas pela beleza do amor.
Portanto, a você, que pacientemente nos ofereceu seu precioso tempo, nos permitimos pedir-lhe, sorrindo, que em todos os momentos de sua vida, sempre que houver uma oportunidade, por pequena que seja, sorria, ofertando aos seus companheiros de jornada a alegria e a sinceridade que estão latentes em sua alma.
E, assim agindo, estará exercitando e usufruindo os eflúvios da divina caridade, sobre a qual o Cristo Jesus foi o Mestre dos Mestres ao testemunhá-la durante o Seu viver, quando conosco aqui esteve, neste planeta de provas e expiações!