Páginas de Luz
Pai João
Era mais um tépido final de tarde, como tantos outros, acariciado por sua brisa, colorido pelos raios alaranjados do astro-rei que se esforçavam para manter as derradeiras claridades do dia, embelezando o horizonte distante, dando novas esperanças às criaturas que por ali na Terra Santa, transitavam.
Grande número de seres humanos, curiosos e ávidos de saber, acompanhava o Cristo em mais uma de suas peregrinações por aquelas plagas longínquas, desfrutando a paz de Sua presença, abeberando-se da sabedoria dos Seus insuperáveis ensinamentos.
Naquela oportunidade, posicionando-se em pequena elevação do árido terreno, o Mestre, serenamente, passara a aguardar que todos, a sua frente, se acomodassem.
Enquanto isso, por alguns momentos, percorrera com Seu doce olhar os semblantes daquelas criaturas que, ansiosas, aguardavam a Sua fala, auscultando a intimidade das suas almas sofridas, esquecidas pelo mundo, órfãs do amor, deserdadas pela felicidade.
Instantes após, a voz ternurosa do emissário do amor se fizera ouvir, passando a visitar as entranhas daqueles corações desalentados, fazendo-os vislumbrar novas e esperançosas veredas que seus pés ainda haveriam de trilhar.
Cada palavra, cada frase p0or Ele emitidas inebriavam aqueles atentos ouvintes, amainando-lhes as agruras, ressoando em suas almas como suave acalanto, embalando seus corações, tais a singeleza e a sabedoria de que se revestiam.
Os minutos escoram céleres e ao final daquela Sua divina preleção, a alegria a todos contagiara, quando fraternais abraços, sorrisos, esperançosos comentários se fizeram presentes, delatando o vivo contentamento que de todos se apossara.
Assim, mais uma etapa da monumental missão de Jesus, amorosamente, fora cumprida.
Ah! Momentos sublimes foram aqueles, quando tantas criaturas tiveram a ventura de usufruir a presença dos mais excelsos dos seres humanos que por aqui, nesta terra abençoada, transitara.
Porém, ignorando as celestes verdades que Ele, o Cristo, viera presenteá-las, ingratas, não Lhe deram ouvidos, deixando-O inquestionavelmente só, tendo como única companhia a crus.
Do Divino Amigo em sua jornada de luzes nada ficara gravado, porém com o cinzel do amor, Ele esculpira no éter e nas almas a Suas sábias lições, transformadas que foram, com o passar dos tempos, no seu incomparável e consolador Evangelho.
Séculos transcorreram desde aqueles memoráveis tempos e hoje, saudosos, carentes, clamamos pelo Mártir da Cruz, desejando usufruir a Sua terna presença, acompanhando-nos os passos, inspirando-nos a caminhada, perfumando-nos a alma. Caro leitor, se for este também o seu desejo, acredite no livro espírita, em suas páginas de luz você se encontrará definitivamente com Jesus.