Órfãos do Além: uma linda lição de Pai Juca
Raphael Rios
Nosso querido companheiro Jardim conta-nos um episódio edificante ocorrido em uma reunião semanal com o grupo de famílias que se congregaram, há um bom tempo, em torno do Evangelho para encontrarem forças e entendimento com a perda de filhos jovens que tiveram suas vidas ceifadas abruptamente em trágicos acidentes.
Destacara-se nessa reunião um grupo de mães recém-golpeadas por tão inesperada e profunda dor. Estados de angustia, desespero, incompreensão, desamparo, choque traumático estampavam-se naqueles rostos lacrimejantes e inconsoláveis, enquanto perpassavam por suas telas mentais as imagens em vida dos filhos desaparecidos.
Nesse momento, manifestou-se o seu mentor, Pai Juca, espírito de todos nós conhecido pelo amor puro com que se revestem suas palavras humildes que penetram fundo nos corações com luminosas elucidações que promovem notáveis transformações no nosso ver e no nosso sentir, dirigindo àquelas mães uma mensagem que reportamos na nossa pobre linguagem de encarnados:
“Mães queridas, tenham presente que se vocês perderam seus filhos neste plano carnal, seus filhos perderam suas mães no plano espiritual. Seus filhos queridos são órfãos no além, órfãos de mãe, embora jamais abandonados pela misericórdia de Deus, como vocês tampouco estão.
Sofrem eles a separação de suas famílias num outro plano, enquanto vocês, mães amadas, ainda delas se rodeiam neste plano. Quem precisa mais de quem nessa dura prova? Vocês, mães, ou eles, os filhos?
Vocês já sabem que tudo o que vocês sentem os alcançam com grande impacto onde quer que eles estejam. Mães amorosas que vocês são, podem imaginar a magnitude da dor deles multiplicada pela dor, desespero, a inconformidade que vocês lhes estão enviando?
Amor de mãe é o mais puro amor que existe no planeta. E é esse amor, que vocês tem em abundância no coração, que deve chegar àqueles corações momentaneamente órfãos no além. Sobreponham à sua dor, que sabemos autêntica, o amor que leva consolação a eles e que servirá de consolação para vocês mesmas. Eles, os filhos, apenas partiram antes, não estão perdidos, pois, no devido tempo, haverá o reencontro no lado de lá, graças à imortalidade dos nossos espíritos, onde voltam a se reunir as famílias que se amam verdadeiramente.
Amem, continuem amando muito, mães queridas, amor saudoso e esclarecido, pois é esse amor, único na terra, dirigido a seus filhos, que balsamizarão os golpes dessa separação, em ambos os planos, e que será temporária, sempre atendendo aos desígnios insondáveis, mas justos e amorosos, do Pai da Vida, em favor da ascensão das criaturas humanas, seus diletos e eternos filhos, sem nenhuma distinção, recebendo cada um de acordo com suas necessidades em provas redentoras e em bênçãos de paz renovadoras”.