Doutrina Espírita: Ciência, Filosofia e Religião
Durval A. Rezende Filho
Os frequentadores da casa espírita precisam saber como começou a doutrina espírita e no que ela consiste. É o que vamos, em poucas palavras, contar abaixo.
Em outubro de 1804, nasceu em Lion na França Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.
O nome civil dele não era esse, mas foi esse que ele adotou para a doutrina espírita.
A partir de 1855 ele se dedica a causa espírita e após quatorze anos desencarna nos legando as bênçãos que representa a doutrina por ele codificada.
Os postulados espíritas reunidos por Kardec não representavam absoluta novidade. A reencarnação, por exemplo, já era velha conhecida de várias outras religiões orientais.
Ademais, as grandes idéias não surgem nunca subitamente; as que têm por base a verdade, têm sempre seus precursores que lhe preparam parcialmente os caminhos e depois, quando é chegado o tempo, Deus, como fez com Kardec, envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar esses elementos esparsos, e formar-lhes um corpo.
Sócrates (470 a.C. a 339 a.C.) já possuía uma doutrina em consonância com o cristianismo – que ainda não existia – e de acordo também com os princípios fundamentais do Espiritismo.
Allan Kardec veio então, resumir, coordenar e completar os conhecimentos do Cristianismo, com a sua belíssima obra.
A doutrina Espírita é um triângulo formado pela:
• Ciência (A fé sólida é aquela que pode encarar a razão face a face),
• Filosofia (“nascer, viver, morrer, renascer de novo, progredindo sempre, tal é a lei.”), e
• Religião (fora da caridade não há salvação).
É a partir do trabalho de Kardec, que pouco a pouco foi se espalhando pelo mundo que as pessoas vão tomando consciência de que:
1) a vida é eterna para o espírito e temporária para o corpo.
2) desde a sua criação por Deus, o espírito, que nasce ignorante, vai evoluindo, em busca da perfeição.
3) para isso ele passa por diversas fases de aprendizado, sempre regido por regras elementares, tais como:- o hoje é fruto do ontem; a semeadura é livre a colheita é obrigatória; amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, etc.
4) a vida futura não pode ser mais um simples artigo de fé, uma hipótese, visto que é uma realidade material demonstrada pelos fatos e pelos depoimentos dados pelos espíritos.
5) a Justiça de Deus está na pluralidade de existências e na existência da vida futura.
Diante disso, passamos a ver que a vida do espírito tem um significado maior do que os problemas materiais do dia a dia enfrentados enquanto neste corpo que temos no momento.
É mais fácil ser um homem de bem quando temos uma visão da vida como um todo; ser um homem de bem passa a ser um imperativo racional e do sentimento de amor que nos move.
Na doutrina espírita devemos engrandecer o coração e pôr o cérebro para funcionar. SERVIR e PENSAR eis a tarefa.
É uma doutrina que não tem chefes humanos e na qual ninguém é imprescindível no cenário de suas realizações.
É uma doutrina que nos pede desapego da crença cega, pedindo ainda que exercitemos o raciocínio nos princípios doutrinários, para não estagnarmos nas trevas do fanatismo.
Para o espírita, todas as religiões são respeitáveis. Sua atitude diante de todas elas deve ser de extremada veneração, pelo bem que elas trazem às criaturas humanas e por serem igualmente sustentáculos do bem na comunidade em nome de Deus.
Temos diante de nós a oportunidade de crescermos, de melhorarmo-nos, de aprendermos, de trilharmos o caminho certo com Jesus.
Fontes de Pesquisa: Kardec, Emmanuel e outros.