Os prejuízos de uma alimentação carnívora
Da redação
As pessoas que já frequentam nossa Casa há algum tempo, devem ter percebido que muito se fala sobre os malefícios provocados pela ingestão da carne animal, seja ela provinda de bois, porcos ou aves. Essa conduta adotada por muitos trabalhadores de nosso Núcleo, deve-se, principalmente, aos luminosos esclarecimentos do nosso querido Irmão Karl, mentor espiritual que nos auxilia a manter nosso corpo físico mais saudável.
Sabemos, por outro lado, que esse é um tema muito controverso dentro de nossa Doutrina. Poderíamos até dizer que pouquíssimos centros espíritas adotam esta pratica “não-carnívora”. Ao contrário do consumo do álcool e do fumo, o consumo da carne não costuma ser combatido pela maioria das instituições espíritas.
Embora alguns médicos já falem do prejuízo do consumo da carne para o ser humano, a maioria desses profissionais ainda não aprovam esta abstenção alimentar. Ao contrário, destacam a importância deste alimento para a saúde do individuo.
É óbvio que, enquanto não houver unanimidade sobre os males causados pela carne ao organismo humano, o homem, que tanto prioriza os prazeres da matéria, comodamente preferirá acreditar na opinião desta segunda facção da medicina.
Nós espíritas, porém, devemos considerar que além dos problemas que a carne causa ao corpo físico, ela também traz sérios prejuízos ao espírito. Existem autores espirituais, como Ramatís, que dizem ser a carne o alimento do câncer e que ela aviva, em nosso íntimo, sentimentos negativos como o ódio, a revolta e tantos outros que atrapalham a nossa evolução espiritual.
Entretanto, muitos adeptos da Doutrina contestam essas informações e questionam a seriedade de tais autores espirituais.
Existe ainda, a crueldade praticada nos matadouros e avícolas contra esses indefesos animais, friamente sacrificados pelos mesmos “humanos” que os alimentaram e em quem confiaram durante a sua vida.
Mais uma vez, entretanto, as pessoas buscam justificativas para suas faltas, dizendo não participar deste ato cruel, uma vez que apenas adquirem o produto final nos açougues, supermercados e churrascarias. Esquecem-se, porém, de seus papéis de cúmplices, uma vez que ao adquirirem e consumirem estes produtos, estão, automaticamente, aprovando tais práticas criminosas.
Gostaríamos de deixar bem claro, que não temos a intenção de condenar aqueles que ainda fazem uso desta alimentação, pois sabemos que existem defeitos infinitamente mais sérios do que o consumo da carne animal. Há muitos vegetarianos cujas qualidades morais são imensamente menores às de pessoas que se alimentem da carne.
Mas a questão não é essa. Queremos chamar a atenção para que reconheçamos esse defeito em nós, sabendo que, um dia, deveremos abolir esta prática carnívora, assim como, um dia, deveremos abolir para sempre o egoísmo, a maldade, a inveja e o orgulho de nossos corações.
E para quem precisa de mais uma opinião a respeito dos malefícios da carne, transcrevemos, a seguir, trecho extraído do livro Missionários da Luz, psicografado por Chico Xavier, em que André Luiz, chocado pelo vampirismo dos espíritos desencarnados às energias vitais do homem, recebe a seguinte orientação de Alexandre, seu instrutor:
“Por que tamanha estranheza? – perguntou o cuidadoso orientador – e nós outros, quando nas esferas da carne? Nossas mesas não se mantinham às custas das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários. Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente. Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. Esquecíamos de que o aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado”.