Respeito
Pai João
Os anos transcorrem céleres.
Pouco a pouco, deixamos a infância e os dúlcidos anos da juventude para nos tornarmos adultos, experientes, adquirindo, a longos haustos, novos conhecimentos, novas responsabilidades, vivenciando novos desafios.
Como consequência, vamos assumindo novas posturas diante da vida que, sutilmente, se descortina aos nossos olhos, às vezes surpresos e outras tantas extasiados.
Sem nos apercebermos, passamos a exigir dos outros, respeito para com o nosso pensar, para com o nosso agir, para com o nosso vivenciar.
Desejamos que assim o façam, levando em consideração os anos vividos, a experiência sorvida, o saber adquirido.
Assim raciocinando, nossas palavras tendem a tornar-se mais intransigentes, por vezes, indelicadas.
Nosso olhar indagador, prepotente, nossos ouvidos menos pacientes e nossos gestos austeros, autoritários, por vezes, agressivos.
Atribuímo-nos valores que não possuímos, mas que desejamos serem notados por aqueles companheiros de jornada que nos presenteiam com a honra da atenção e da companhia.
São valores que o nosso orgulho tenta ilustrar, mas que os olhos alheios não conseguem enxergar.
Exigimos respeito quando, na realidade, deveríamos, simplesmente, conquistá-lo.
E como? Pela palavra singela que emitirmos, pelo olhar compreensivo que direcionarmos, pela paciência que vivenciarmos, pelo perdão que cultuarmos, pela dignidade que externarmos, pela justiça que demonstrarmos, pelo respeito que para com os outros exemplificarmos, pela bondade e pelo amor que ofertarmos.
Quando o Cristo Jesus nos brindou com a Sua amorável companhia, de nós nada exigiu e nada nos impôs.
Suave, gradativa e humildemente, foi arrebatando os corações, trazendo para o Seu tépido regaço as almas que se encontravam deserdadas pela felicidade, enregeladas pelo desânimo e desamor.
Hoje, passados mais de dois milênios, continuamos a reverenciar o Sublime Peregrino do Amor, pelo maravilhoso legado que Dele herdamos, relembrando-nos de que em todos os momentos da Sua vida, nada quis em Seu favor, esqueceu-se de Si próprio para lembrar-se, tão-somente, de nós, ofertando-nos, generosamente, Seu doce coração.
Conquiste o respeito cristão de todos aqueles que com você palmilham as estradas da vida, cultivando a alegria, abrandando seu olhar, apaziguando seu escutar, dulcificando sua voz, direcionando seu corpo e seus braços em prol dos necessitados, abrindo, definitivamente, as comportas do seu coração a todos aqueles que se encontram carentes de amor.
Assim agindo, querido irmão, sentirá o suave aroma da presença de Jesus penetrar as fibras mais profundas da sua alma, transformando-a na flor veludosa a exalar, por toda a eternidade, o inebriante perfume do amor!