Ditames da Vida
Pai João
O esforço próprio de cada um, fatalmente, nos conduzirá ao encontro dos sonhos factíveis, de há muito almejados.
A responsabilidade, o empenho e a força de vontade, se transformam em degraus de íngreme escadaria, que nos permitirão chegar a patamares que, sem eles, seriam, por nós, impossíveis de alcançar.
A compreensão para com os ditames da vida, nos farão, mais rapidamente, visualizar o lago manso da harmonia e da paz, fazendo com que o nosso coração, derrame o néctar da bondade nos corações ainda ressequidos, estiletados pelas dores do mundo.
A incompreensão, por sua vez, para com as leis da vida, sutilmente, vai desenvolvendo em nós o pessimismo, chaga que exala o odor acre do desânimo, fazendo-nos enxergar a vida totalmente destituída de beleza e de alegria, dando livre acesso para que o desencanto se instale nas profundezas da nossa alma, obscurecendo nossos dias, nosso viver.
A vida nos mostra, a todo o instante, seus valores, cabendo, a nós próprios, percebê-los, analisá-los e a eles, conscientemente, nos adaptarmos, desfrutando toda e qualquer experiência, como sendo lição oportuna, absorvendo, de cada momento vivido, o mel do verdadeiro saber, o que nos proporcionará uma existência serena, por consequência, feliz.
Não devemos, por outro lado, nos deixar influenciar pelas situações difíceis que, por vezes, vêm ao nosso encontro, sorvendo-as com avidez pelas vias do pessimismo contumaz, como que nos comprazendo com a desdita e nela permanecendo, carreando, para o imo da nossa alma, as cores negregosas da tristeza.
Desta forma, sem que tomemos consciência, pouco a pouco, vamos levando a todos aqueles que ao nosso lado compartilham esta jornada terrena, os mesmos desencantos de que, teimosamente, não conseguimos nos desvencilhar.
Comprometemos os seus amanhãs, transformando-nos em tutores dos seus sofrimentos, dificultando, ainda mais, nossos passos, na árdua caminhada que estamos empreendendo rumo aos ternos braços de Jesus.
Procuremos, pois, enfrentar, quais sejam, as dificuldades, com galhardia, com destemor trazendo nos olhos a esperança, nas palavras o otimismo sensato, nas mãos o trabalho enobrecedor e no coração a chama do amor.
Deixemos para trás as águas turvas das tristezas, por nós, geralmente, mal compreendidas e assimiladas e mergulhemos no mar de águas cristalinas, farto das pérolas da resignação consciente, que banhará nossa alma, fazendo com que, no amanhã, por onde passarmos, deixemos um rastro profundo de fraternidade, de compreensão e de amor, tal qual o Homem Luz, há mais de dois mil anos sábia e generosamente nos legou!