Quando na erraticidade, ao assumirmos uma nova missão a ser desempenhada nesta Terra, que nos acolhe como generosa mãe, adquirimos, naturalmente, importantes, e intransferíveis responsabilidades.

Ao assumirmos, um novo corpo carnal, quando tantos irmãos ainda aguardam nova chance para reencarnar, adquirimos obrigações e dele devemos fazer o melhor uso, para que possamos, no final desta nova experiência de vida, ter a consciência em paz por tê-lo bem usufruído, não só em nosso próprio benefício, mas, principalmente, em prol de todos aqueles que conosco transitaram pelas mesmas calçadas.

O fato de estarmos reencarnados, por si só, evidencia que nos dispusemos, perante o Pai da Vida, a reiniciar uma nova trajetória vivencial e para tanto, nos revestimos de uma jóia rara da espiritualidade que, simplesmente, denominamos de coragem.

Com ela adquirimos as forças necessárias para vencermos vicissitudes e seguirmos vitoriosos rumo à eternidade.

Como somos velhos passageiros do comboio do amor, já temos os conhecimentos e a consciência do que sejam as virtudes e, portanto, necessitamos apenas, nesta nova oportunidade carnal, docemente testemunhá-las, através:

• da coragem para levarmos carinho, amor, gratidão àqueles que nos serviram e nos ofertaram seus corações de pais;
• da coragem para recebermos, amorosamente, em nosso regaço, aqueles que vieram desfrutar a nossa presença como filhos, irmãos, parentes, amigos e companheiros;
• da coragem para nos empenharmos em nossa reforma íntima, esforçando-nos para eliminar as desvirtudes que tanto prejudicam nossa evolução espiritual;
• da coragem para fazermos da humildade a nossa bandeira, em todos os momentos da nossa existência;
• da coragem para exercitarmos a caridade, ofertando, auxiliando, sem magoar, nem ferir;
• da coragem da sinceridade, eliminando de vez, o aroma desagradável da mentira das nossas entranhas;
• da coragem para nos conscientizarmos dos erros cometidos, corrigindo o rumo dos nossos passos para o amanhã da nossa vida;
• da coragem para pedirmos perdão, todas as vezes que tenhamos decepcionado ou ferido alguém;
• da coragem para nos destituirmos das medalhas do orgulho que pesam em nossa alma, retardando nossa caminhada;
• da coragem para nos desfazermos da vaidade que nos atribui valores que, na realidade, não possuímos;
• da coragem da justiça, levando-a conosco como bagagem bendita, qualquer que seja a viagem que empreendamos, mesmo quando, ao aplicá-la, momentânea e materialmente, nos sintamos prejudicados, porque, espiritualmente, estaremos desfrutando a branda presença do Mestre do Amor, avalizando nossa atitude;
• da coragem da brandura, fazendo-a morar no âmago da nossa alma, exteriorizando-a em favor de todos aqueles que se encontram carentes de amor;
• da coragem da palavra melíflua que anestesia os ouvidos recalcitrantes, fazendo-os sutilmente, se aperceberem dos sons maviosos do hino do amor a penetrar a intimidade das suas almas.

Enfim, da coragem para nos conscientizarmos das nossas responsabilidades perante a vida, fazendo com que o Cristo Jesus seja sempre a estrela guia a iluminar as nossas veredas, para que, em momento algum das nossas existências, nos esqueçamos dos irmãos que ao nosso lado buscam a felicidade, fazendo com que a nossa felicidade seja, simplesmente, a de deixá-los felizes também!