Ansiedade
Pai João
A Ansiedade em muitas ocasiões nos faz companhia, evidenciando o seu poder, a sua ascendência sobre nós.
A sua presença embaça os nossos olhos, não nos permitindo visualizar as belezas que, generosamente, o mundo nos oferece.
Os nossos ouvidos tornam-se insensíveis aos acordes maviosos da vida, percebendo tão somente o tilintar egoístico do nosso querer.
Nossas palavras carecem de harmonia e brandura, fazendo com que as frases por nós emitidas exalem a acidez dos nossos pensamentos.
Nossa presença, isenta de calor humano evidencia a frieza do nosso coração, externando, aos olhos do mundo, os nossos sentimentos egoístas.
A ansiedade nos incita a colher o fruto verde, ainda impróprio para o deleite do nosso paladar, ao passo que a paciência, mansamente, nos faz aguardar o momento propício da colheita, fazendo-nos usufruir o justo valor que o alimento em sua contextura encerra.
A ansiedade entorpece a nossa sensibilidade, encarcerando a nossa alma, fazendo-a prisioneira do instinto grotesco, enaltecendo a efêmera matéria.
Nessa azáfama, não nos apercebemos da doce presença do amigo espiritual acompanhando os nossos passos inseguros, inspirando-nos a caminhada, levando ao nosso coração ondas de paz, de carinho, de harmonia, de amor.
Sorri com as nossas alegrias, enxuga o nosso pranto, deseja-nos um “bom dia”, diz-nos “boa noite” velando o nosso sonho.
Estimula-nos a praticar a caridade, a humildade, a compreensão, o entendimento, o perdão.
Oferta-nos, fraternalmente, seu tempo e, nós, impassíveis, nada lhe oferecemos.
Quantas vezes ilumina nosso caminho, auxiliando-nos para que não venhamos a tropeçar e, nós, cativos das ilusões, buscamos outras estradas que, fatalmente, nos conduzirão a outras paragens, ilusórias e fugazes.
Comportamo-nos, na maioria das vezes, como verdadeiros autistas, nada percebendo, nada sentindo, nada detectando.
Em todas as ocasiões em que nos encontramos envoltos pela ansiedade, tenhamos a certeza de que estaremos nos afastando desse companheiro espiritual amoroso e, consequentemente, apartando-nos do Divino Amigo Jesus.
A você que nos dedica, generosamente, alguns instantes do seu precioso tempo, atento às nossas modestas ponderações, gostaria de lhe fazer um pedido: medite! Reflita sobre tudo isto, e se, por vezes, ainda se sentir ansioso, procure redirecionar os seus pensamentos, a sua conduta.
Apaziguando sua mente e dulcificando o seu coração, entrará em sintonia com o amigo espiritual que lhe oferta a companhia e, intuitivamente, usufruirá os seus tesouros espirituais, conquistados ao longo das encarnações.
Assim agindo, estará haurindo, a longos haustos, o aroma perfumoso da espiritualidade e, nas profundezas da sua alma, uma voz silenciosa e melíflua se fará audível, dizendo-lhe: “Estou contigo, irmão!”