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Núcleo Espírita Assistencial "Paz e Amor"

Rastros de Luz

Mensagens que tocam o coração
Índice

Renúncia

12/2014 | Rastros de Luz

Pai João

Querido, gostaria de dirigir algumas palavras ao seu coração, para que, nele, seja gravado o verdadeiro sentido da palavra renúncia.

É através dela que evoluímos espiritualmente.

É, ao exercê-la, no dia a dia das nossas vidas, que conseguimos abrandar o nosso coração, compreender os caminhos pelos quais deveremos trilhar, entendendo também, todos aqueles que conosco buscam caminhar.

A renúncia, aos ouvidos de quem se preocupa, exacerbadamente, com a matéria, soa como algo inconcebível, porque significa deixar de lado o que nos satisfaz, o que nos dá prazer e alegria.

Como estamos, profundamente, ligados a este mundo de provas e expiações, por razões diversas, temos muitas dificuldades em renunciar.

E sem que nos apercebamos, somos deste planeta escravos, caminhando, lado a lado, com a inferioridade de princípios, na busca, incessante, dos prazeres que a vida, paulatinamente, vai nos oferecendo.

O tempo passa, e nós, sem o exercício da renúncia, vamos agindo de forma equivocada em vários campos de nossas atividades.
Por vezes renunciamos, e quando o fazemos, é porque somos obrigados por forças maiores.

Os dias vão seguindo e, num determinado momento de nossas vidas, quando o corpo se encontra cansado e a mente talvez desiludida, nós paramos para pensar, refletir.

E no retrospecto de nossas existências, constatamos, com certa tristeza, que a muito pouco renunciamos e que todos os nossos passos visaram os nossos próprios interesses, esquecendo-nos de estender os nossos braços àqueles que necessitavam, de acompanhar os corações sofridos, de dizer palavras doces aos ouvidos desesperados, de enviar o nosso olhar complacente aos que se encontravam apedrejados pelo desamor.

Choramos, nosso coração se entristece e as lágrimas banham o nosso rosto, incitando-nos a evoluir, mudar o nosso sentir, a nossa forma de pensar e agir.

Nestes momentos, quando nos encontramos alquebrados, é que buscamos o Cristo amado para pedir-Lhe perdão pelos dias em que não cumprimos com as nossas responsabilidades, em que O esquecemos.

Buscamos o Cristo com muito amor, olvidando-nos, porém, de que este sentimento momentâneo terá que seguir uma longa caminhada para, realmente, fazer morada em nosso coração.

Como buscarmos este amor? Como sentirmos o seu perfume?

Simplesmente, renunciando a tudo aquilo que, porventura, venha a prejudicar o nosso próximo.

A renúncia evidencia o bom senso, porque, através dela, abdicamos, daquilo que é supérfluo, dispensável.

Assim agindo, novas alegrias vão adentrando em nossos corações, pois, a renúncia, anteriormente dolorosa, passa a ser doce e amorosa, e através dela, o nosso coração vai desfrutando, pouco a pouco, a felicidade:

  • a felicidade de um sorriso encontrado, ao darmos o nosso abraço,
  • a felicidade de ofertarmos o pão, aos corpos famintos e premidos pelas dores,
  • a felicidade de caminharmos, lado a lado, com todos aqueles que militam nessa Terra em busca desta mesma felicidade, que já alcançamos,
  • a felicidade de irmos ao encontro daqueles que se encontram enfermos, levando a nossa presença, a nossa companhia e o nosso calor humano, a felicidade de mantermos os nossos ouvidos sempre atentos, para escutar as lamúrias daqueles que ainda não compreenderam as alegrias que a vida pode lhes presentear,
  • a felicidade de compreendermos e perdoarmos os corações que ainda ofendem e agridem, desrespeitando o próximo e que, ainda, se encontram distantes das sendas do amor.

A renúncia, aos poucos, vai nos enredando, vai nos conquistando e vamos nos tornando pessoas mais bonitas por dentro, enriquecendo a nossa alma.

E, na humildade do nosso agir, conseguimos alcançar a felicidade que antes nos parecia tão distante.

E, assim sendo, de renúncia em renúncia, vamos arquitetando o nosso porvir, que se vê iluminado por suave luz porque, a cada degrau construído, nos apercebemos estar, docemente, acompanhados por Jesus!