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Quantas Vezes | Núcleo Espírita Assistencial Paz e Amor
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Rastros de Luz

Mensagens que tocam o coração
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Quantas Vezes

12/2014 | Rastros de Luz

Pai João

No cotidiano de nossas vidas, somos compelidos a vivenciar inumeráveis experiências, quando, então, as nossas mentes e os nossos corações, numa simbiose constante, empenham-se para delinear as veredas que, esperamos, haverão de nos conduzir ao reduto da tal felicidade.

Contudo, distraídos, é comum nos deixarmos embevecer pelas enganosas facetas coloridas do mundo, vendo-nos, muitas vezes, manuseando os pincéis do egoísmo, do orgulho, da ingratidão, da injustiça, do desamor…

Transportando para as telas da nossa existência o negror da nossa alma, maculando o quadro belíssimo que a vida, paciente e generosamente, ilustra diante de nossos olhos ainda extasiados, ludibriados pela matéria efêmera e transitória.

Enceguecidos pelo brilho fugaz, das gloríolas com que o mundo ardilosamente nos presenteia, acabamos por nos desviar do verdadeiro sentido das nossas vidas, conduzindo o sublime sentimento do amor universal pelos atalhos nebulosos do esquecimento.

Quantas vezes nosso olhar se manteve impassível diante das lágrimas que deslizavam pelas faces sofridas e desesperançadas dos seres humanos que tramitavam conosco pelas calçadas da vida, na expectativa da nossa complacência e compaixão?

Quantas vezes nossos ouvidos permaneceram distraídos perante os gemidos doridos das criaturas deserdadas pela felicidade, cativas do desdém e da omissão, aguardando, tão só, o nosso parecer e os nossos sinceros e bondosos aconselhamentos?

Quantas vezes nossa voz se manteve prisioneira do silêncio egoisticamente emudecida diante de irmãos do caminho, perdidos, confusos, à mercê das intempéries da vida, esperando de nós, tão só uma conscienciosa palavra, um prudente incentivo, para se sentirem motivados a mudar o rumo dos seus passos, até então indecisos, titubeantes?

Quantas vezes nossos braços permaneceram inertes, insensíveis perante criaturas humanas envolvidas pelo desânimo e pelo pessimismo, quando poderíamos tê-las presenteado com o nosso abraço carinho e fraterno, insuflando-lhes a coragem para retornarem às suas estradas e construírem um novo porvir?

Quantas vezes nossas pernas se mantiveram preguiçosamente reféns da lassidão, quando tantas criaturas carentes transitavam diante de nós, pedindo-nos, silenciosamente, tão só a nossa companhia e amizade?

Quantas vezes nossas mãos se distanciaram das sendas perfumosas da caridade, indiferentes ao sofrimento e às dores daqueles que conosco percorriam as estradas pedregosas do mundo, a espera, tão só, da nossa atenção e da nossa ajuda?

Quantas vezes nosso coração permaneceu enlaçado pelas teias do egoísmo, impassível às dores das almas desesperançadas que nos rodeavam no aguardo, tão somente, de um pouco de amor?

Caro irmão de jornada. É necessário que tenhamos a coragem suficiente para, com o cinzel do amor, lapidarmos a nossa alma, extirpando o egoísmo pertinaz que ainda teimosamente nos enlaça, para que venhamos a luzir, iluminando o nosso próprio caminho e o de todos aqueles que haverão de seguir os nossos passos, honrando-nos com as suas companhias.