Ensinamentos do Irmão Karl
Raphael Rios
“Dou trato e carinho à minha maneira”. Interpelado pelo Irmão Karl, esta foi a resposta de um pai conturbado diante do filho que sofria as consequências de um acidente provocado por si mesmo. Irmão Karl, compassivo, procurou esclarecer que as “maneiras” revelam muitas vezes personalismos incorretos incrustados nas nossas atitudes como o rigor exagerado nas críticas, a intolerância para com os erros, o distanciamento afetivo. Reações dessa natureza podem ser indicadoras das frustrações paternas frente às ilusões criadas em relação ao desempenho dos filhos, criaturas em aprendizado. O egoísmo, o orgulho e a vaidade costumam intrometer-se nocivamente nas avaliações e julgamentos.
Irmão Karl perguntou-lhe, então, quando fora a última vez que ele dera um abraço no filho; não se lembrava, foi a resposta. Era evidente a carência afetiva do filho, mas o pai, despertados pela pergunta os seus bons sentimentos adormecidos, e prontamente atendendo a um pedido do Irmão Karl a ambos, abraçou o filho e o filho a ele, com grande emoção e carinho, rompendo-se a barreira das “maneiras” graças à presença imprescindível do amor visível e externado em afeto que deve presidir a convivência de pais e filhos e entre todas as criaturas humanas. Bela lição de amor aprendemos naquele dia. Realmente, a mão que adverte e corrige também tem de ser a mão que afaga e orienta.