Joanna de Ângelis: uma história de luta e amor
Baseado no texto elaborado por Ogi Mini
A vida missionária de Joanna de Ângelis, começou há muitos anos, no tempo de Jesus, quando foi Joana de Cuza, uma das piedosas mulheres do Evangelho, esposa de Cuza, procurador de Herodes. Joana foi curada por Jesus, com Maria Madalena, Suzana e muitas outras mulheres, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens. Foi uma das mulheres que, na manhã de Páscoa, indo ao sepulcro de Jesus, encontrou-o vazio. Foi sacrificada em Roma, no ano de 68, por não renunciar à fé em Jesus. Desencarnou perdoando seus carrascos.
Há indícios de que Joanna tenha vivido no tempo de Francisco de Assis, em uma das ordens fundadas por Clara de Assis (1193- 1252).
Em 1651, tinha início outra importante fase da vida deste espírito iluminado. Nascia no México, Juana de Asbajey Ramires de Santillana, filha de um espanhol e uma índia. Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos e, aos doze, aprendeu latim e português.
O vice-rei de Espanha, querendo criar uma corte brilhante, convidou a menina-prodígio de treze anos para dama de companhia de sua mulher. Juana encantou a todos com sua inteligência, graciosidade e seus poemas de amor que são citados até hoje em programas de rádio, televisão e peças teatrais.
Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte. Aos dezesseis anos ingressa no Convento das Carmelitas Descalças e depois foi para a Ordem de São Jerônimo da Conceição, tomando o nome de Soror Juana Inês de la Cruz, ficando conhecida pelos seus hábitos de estudo como Monja da Biblioteca. Em 1690 dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entender e servir a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Tal documento é considerado a Carta Magna da liberdade intelectual da mulher americana. Mulher de letras e de ciências, ela foi a porta-voz das escravizadas do seu tempo.
Em 1695 houve uma epidemia de peste na região e Juana, socorrendo os doentes, desencarna desta doença aos 44 anos.
Sua próxima e última missão foi na Bahia, como Soror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil. Joana Angelica de Jesus nasceu em Salvador a 11 de dezembro de 1761. Entrou para o Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782. Entre 1798 e 1801 exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigaria. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811. Eleita abadessa, em 1814, esteve à frente do convento até 1817, sendo reeleita três anos depois.
Em 7 de setembro de 1822, o Brasil teve declarada a sua independência. Entretanto, as tropas portuguesas na Bahia, comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luis Madeira de Melo, resistiram fortemente às forças mandadas por D. Pedro I. Somente em 2 de julho de 1823, Madeira de Melo abandonou a Bahia, embarcando para Portugal com suas tropas.
Durante essas lutas, em 19 de fevereiro de 1823, os soldados portugueses invadiram o convento de Nossa Senhora da Lapa. Soror Joana Angélica sai à porta do Convento, intimando-os, com a cruz alçada, a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.
Com o seu martírio deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade. Soror Joana Angélica recebeu socorros, vivendo, porém, poucas horas, desencarnando no dia seguinte, 20 de fevereiro. Tombando numa luta pelos ideais de liberdade, Soror Joana Angélica tornou-se mártir da Independência do Brasil.
Como Joanna de Ângelis prossegue no mundo espiritual sendo verdadeira Amiga e Benfeitora, um Espirito Amigo, das mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo, orientando as criaturas através dos séculos, em diversas existências para Jesus e para o Bem.