Devemos ser sempre os mensageiros da paz
Alexandre Ferreira
Lembro-me dos meus anos escolares, onde, constantemente, havia desentendimentos entre um e outro aluno. Recordo-me de que existiam dois grupos distintos nestas ocasiões: o primeiro, formado por aqueles que incitavam as discussões, ansiosos por ver “o circo pegar fogo”; o segundo, liderado por pessoas que buscavam amenizar a situação, separando e evitando qualquer briga por parte dos envolvidos.
Não me encontrava nem num grupo nem no outro: ficava à distância, observando o que acontecia ao redor. Reconheço que, em alguns momentos, torcia para que alguma confusão ocorresse pela simples curiosidade de ver algo diferente, fora da rotina diária: aquela bagunça generalizada, gritaria, torcidas para ambos os lados… era uma verdadeira festa. Havia todo um preparativo para o grande confronto, mas na hora “H”, aparecia um ou mais pacificadores e colocavam abaixo os planos dos “criadores de confusão”.
Infelizmente, esses fatos ocorrem diariamente em nossas vidas. Não só entre crianças, o que até certo ponto é normal na idade, mas, também, entre adolescentes, adultos e idosos. Podemos observar esses comportamentos entre todas as idades e em todas as classes sociais. Percebemos que o ser humano tem uma certa fascinação por tudo que é fora do normal.
Analisemos nosso comportamento, por exemplo, quando temos notícias de alguma catástrofe: um assalto, um incêndio, terremoto, etc. Qual nosso primeiro impulso? Seria o de ajudar os envolvidos nessas desgraças? Fazer uma prece para aliviar seus sofrimentos?
Há pouco tempo atrás flagrei-me radiante ao presenciar um incêndio. Buscava a melhor localização para contemplar aquele triste fato, ignorando completamente todos os que poderiam estar sofrendo com aquela tragédia. Recordo-me da pontinha de decepção que surgiu em meu íntimo ao descobrir que os bombeiros já haviam controlado a situação.
Essas, entre outras, são algumas das situações em que deixamos de aproveitar uma ótima oportunidade para colaborarmos na seara do Mestre. Muito poderemos auxiliar se tentarmos conscientizar os que estão a nossa volta da importância de estarmos sempre com bons pensamentos, evitando o desprendimento de energias negativas que contribuem para o agravamento dessas situações.
Elevemos nosso pensamento; mantenhamos-nos em prece sempre que estivermos impedidos de agir diretamente na solução de algum imprevisto. Não permitamos, jamais, que nossa curiosidade e desejos inferiores, sentimentos que ainda reinam em nossos corações, impeçam-nos de sermos realmente úteis, defensores da paz, enfim, verdadeiros seguidores de Jesus!!!