Ensinamentos do Irmão Karl
Raphael Rios
Desta vez Irmão Karl nos preleciona sobre o tema “Perdão e Tolerância”. Há que distinguir perdão de tolerância; há que se entender o ensino do Cristo sobre o perdão interminável (70 vezes 7). O ato de perdoar significa verdadeiramente não guardar jamais mágoa, ressentimento, rancor, nem revide, compreender a imperfeição humana interminavelmente. Interminável deve ser o nosso sentimento de piedade e a nossa caridade de orar pelos que nos tem ódio, perseguem ou caluniam ou que nos fazem mal, seja como for.
Perdoar, entretanto, não significa privar o faltoso reincidente crônico do benefício educador do resgate, do impacto disciplinador da lei de causa e efeito. O faltoso consciente e senhor do livre arbítrio deve sofrer as consequências dos seus atos incorretos, contrários à lei do bem. Os excessos, as desobediências sucessivas, o desaproveitamento contumaz da preciosas oportunidades oferecidas pela misericórdia divina através das criaturas de bem, tem de ter um paradeiro, que é o limite determinado pela tolerância. Este limite, se visivelmente ultrapassado, especialmente pelos males que faz advir aos benfeitores, exige que se entregue o faltoso à sua própria sorte, isto é, que seja lançado no torvelinho da vida, à mercê de si mesmo, para que, submetido às leis da vida, tenha, pelo sofrimento, a oportunidade pulsante do remorso, do arrependimento, gerando as transformações redentoras. O afastamento da cobertura protetora que, se persistida, ganharia foros de conivência estéril, torna-se em ato de caridade, de amor esclarecido, embora dolorido, pelo faltoso pertinaz, sem deixar de haver perdão irrestrito, e legítima piedade de parte dos benfeitores!!!