O início da Assistência Social em nosso Núcleo
Suzana A. da C. Ferreira e Sonia Ferraz Ferreira
Entrevistamos no último mês, nossa querida amiga Ilse Bassi, uma das mais antigas tarefeiras de nosso Núcleo.
D. Ilse nasceu em berço espírita mas, apesar disso, não aceitava a doutrina. Menina ainda, frequentava a Igreja Católica da Paz na baixada do Glicério onde tocava órgão e fazia parte do coral.
Casou-se e, um dia, ao visitar uma amiga, D. Ilse viu, na parede da casa, um quadro enorme com a foto de um senhor muito elegante. Percebeu que se tratava de uma vidência, pois, na verdade, não existia quadro algum naquele lugar e que aquele senhor que vira no quadro tratava-se do pai desencarnado de sua amiga.
Daí em diante, começou a ter outras visões que a levaram a procurar a Federação Espírita e iniciar o seu trabalho em nossa Casa de Paz e Amor.
Após fazer vários cursos na Federação e de ter trabalhado na Casa por vários anos, Dona Ilse começou a ser convidada pela Dona Conceição, sua vizinha, para que fizesse parte do grupo de Evangelho em sua casa, juntamente com o Sr. Oscar, Dr. Adriano, Dona Laura e outros irmãos que lá se reuniam. Resolveu aceitar o convite: gostou e nunca mais se ausentou, fazendo, até hoje, parte do grupo de tarefeiros do Núcleo.
Pedimos à nossa querida amiga que nos contasse algumas passagens interessantes dos primeiros anos do “Paz e Amor”.
Com muita alegria e emoção, relembrou o primeiro Bazar do Núcleo, organizado por Terezinha e Romualdo, tarefeiros da época. Dona Ilse nos contou que esses dois irmãos começaram a angariar prendas com amigos e parentes e, rapidamente, conseguiram a colaboração de muitas outras pessoas, iniciando, assim, essa nova e importante atividade da Casa.
Já havia a parte espiritual atuando, o primeiro bazar realizado e foi nascendo a ideia de se criar uma oficina de costura. O espaço onde se reuniam era muito restrito e, para solucionar esse problema, Dona Ilse cedeu um cômodo de sua casa, ocupado anteriormente por seu pai, que era músico e maestro. Desde então, todos os trabalhos da oficina de costura foram lá realizados, tendo à frente deste trabalho Cecília Camanho Rios e Joana Camanho Mastroléo, seguidas por Norma Gonçalves Pereira e tantas outras tarefeiras dedicadas que muito contribuíram para o crescimento do Núcleo.
Dona Ilse relembrou a inauguração da oficina em sua casa e da alegria que sentia toda a semana, quando as amigas queridas chegavam. O Núcleo não possuía recurso algum e, então, o Sr. Raphael Rios, ajudado por vários amigos, empenhou-se na arrecadação de fundos para o crescimento da Casa. Juntos promoviam rifas, bingos, jantares (muitas vezes nos próprios lares) e, pouco a pouco, começaram a assistir famílias carentes em Ribeirão Pires (SP).
O grupo da oficina de costura trabalhava bastante confeccionando pijamas e enxovais para bebê. Os bazares realizados tinham a finalidade de arrecadar fundos para a compra de flanelas e tecidos em geral.
Em abril de 1987, já na rua Basílio da Cunha a nossa irmã foi eleita Diretora da Assistência Social. Dona Ilse fez questão de lembrar da amiga Miriam Calil, Diretora de Promoções e encarregada da oficina de costura, juntamente com a Joaninha.
Com 72 anos de idade, Dona Ilse nos dá lições de otimismo, de fé e de perseverança. Faz questão de dizer que o maior presente que recebeu de Deus foi a aceitação desta Doutrina consoladora, pois é a alavanca para o nosso crescimento, o bálsamo para nossas dores e o esclarecimento para as nossas dúvidas.