ALIVI: Auxiliando os portadores do vírus HIV
Marisa S. Oliveira
Conhecemos, no mês de março, a Associação Aliança pela Vida (ALIVI), uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, destinada a atender portadores do vírus da AIDS, socialmente necessitados.
A ALIVI é mantida por doações de particulares, além de receber o apoio da Igreja Católica do Brasil e da Alemanha. Mantém, no total, 11 Casas de Apoio que têm como finalidade acolher pessoas totalmente rejeitadas pela sociedade, procurando dar-lhes um verdadeiro lar, com toda infra-estrutura de serviços.
Somente são recebidos nas Casas de Apoio portadores carentes, sem família, onde se encontram, inclusive, mães solteiras, grávidas e crianças abandonadas.
Além disso, existe um Apoio Domiciliar a portadores que morem em favelas, casebres, cortiços, junto de seus familiares, em estado absoluto de miséria e abandono. A ALIVI ensina-os a cuidar dos ferimentos, ministra-lhes noções de higiene, além de lhes fornecer medicamentos, alimentação, assistência médica, apoio psicológico e espiritual.
Em nossa visita a uma dessas casas de apoio, situada na Estrada de Santa Inês, Km 4,5, Mairiporã, São Paulo, fomos recebidos calorosamente pelos pacientes que nos contaram um pouco de suas vidas. Destacaram a importância de nossa presença, uma vez que, em muitos casos, os próprios familiares não mais se lembram de visitá-los.
Antes de nossa partida, Fábio, um dos internos da Casa de Apoio, abraçou-nos e despediu-se com as seguintes palavras: “Vão com Deus e obrigado pela visita. Voltem sempre. Bom retorno à civilização, à qual nunca mais iremos retornar”, palavras que retratam a impossibilidade de serem aceitos de volta na sociedade como pessoas iguais a qualquer um de nós.
UMA HISTÓRIA REAL – Alexandre Ferreira
Ao ler esta entrevista, relembrei a experiência vivida por um amigo querido. Embora não me lembre de todos os detalhes de sua narrativa, peço-lhe permissão para descrever, com minhas próprias palavras, esta importante lição de humildade, renúncia e amor.
Contou-me que, certo dia, caminhava calmamente quando foi surpreendido por uma mulher muito magra e debilitada que, em prantos, solicitava auxílio às pessoas que por ela passavam. Identificou-se como portadora do vírus HIV e solicitava qualquer quantia em dinheiro para que pudesse comprar o caríssimo AZT.
Condoído pela situação daquela mulher, resolveu auxiliá-la dando-lhe o valor total do remédio.
A alegria dela foi tamanha que partiu em sua direção para lhe dar um abraço de agradecimento. Mas nesse momento o preconceito falou mais alto em seu coração e ele desviou-se, evitando aquela aproximação, e seguiu seu caminho… Após dar alguns passos, olhou para trás e notou que a mulher chorava novamente. Um enorme remorso invadiu seu coração e percebeu que sua boa ação do início de nada tinha valido. Nesse momento retornou em direção a ela e, pedindo-lhe perdão, abraçou-a calorosamente, provocando, naquele rosto sofrido, copiosas lágrimas, que diziam: “Obrigada, meu amigo. Agora sinto-me novamente um ser humano!!!”